terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lado a lado dos avanços tecnológicos

RH não tem mais medo da tecnologia, este mito que está sendo quebrado pela necessidade de uma atuação mais estratégica


O abismo entre as áreas de humanas e exatas já vem de longa data. Engenheiros que não entendem de gente e psicólogos que não sabem usar números é um paradigma bem arraigado na cultura organizacional. Mas hoje a alta competitividade e a rápida mudança de mercado não permite mais que os profissionais atuem em seus nichos.

Diversificar é a palavra chave. Na área de RH não poderia ser diferente. Estes profissionais precisam utilizar os números para demonstrar os resultados de seus programas. Da mesma forma que a tecnologia deve ser uma importante aliada no desenvolvimento da gestão de pessoas. Esta é única forma de o RH se mostrar como um verdadeiro parceiro estratégico. Segundo Arthur Asnis, sócio-diretor da Soft Trade, o profissional de RH não demonstra mais ter receio da tecnologia.

Ele afirma que o RH utiliza notebook com conexão wireless à internet, conecta o outlook ao celular e recomenda o e-learning como ferramenta de desenvolvimento e treinamento de pessoas. O problema é que usar sistemas de informação, como o tipo ERP – Enterprise Resource Planning, gera um trabalho: alimentar o sistema com dados e, eventualmente, manter o controle de que os “inputs” foram feitos de maneira correta.

Só que hoje as empresas devido à pressão de volume de trabalho estar cada vez maior e as estruturas, em relação à quantidade de pessoas, cada vez menores, não detêm de tempo para controlar estes tipos de dados. Daí o mito de que RH tem receio da tecnologia. Para Gustavo Reis, diretor de mercado da LG, o que ocorreu foi “uma conscientização do RH ao perceber que a tecnologia é facilitadora de suas ações“. Daniela Scavassa, gerente de marketing e produtos da ADP, explica que existem dois tipos de Recursos Humanos. O estratégico e o operacional.

O RH mais estratégico tem mais liberdade para buscar no mercado as práticas e soluções tecnológicas de sucesso. O operacional foca-se na entrega de atividades e não tem muito tempo para buscar as melhores alternativas para melhorar o seu desempenho na corporação. “A competitividade gerada por esta tendência tecnológica é um indício de que o RH terá de se voltar para tecnologia, com o objetivo de incentivar novas oportunidades de ganho para os processos.

A mudança do RH para um posicionamento estratégico é uma questão de maturidade organizacional”. Com foco nestes avanços, percebe-se a tecnologia em diversas atividades do RH. Para Arthur Asnis, da Soft Trade, o que move os fornecedores de softwares são as necessidades que os usuários têm versus a importância dessa necessidade no contexto de suas atividades. “A carga das leis brasileiras e o decorrente custo que ela acarreta foram determinantes para isso.

Ainda temos forte demanda por sistemas de Medicina e Segurança no Trabalho, com ênfase no PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário”. Gustavo Teixeira, da LG, explica que hoje os sistemas voltados para Folha de Pagamento também são bastante requisitados porque este tipo de trabalho, além de ser rico em cálculos, requer também muitos conceitos legais, e todas as empresas, independente de porte, têm de exercer a função corretamente.

Daniela concorda e completa que a folha de pagamento e o controle de freqüência são trabalhos sensíveis e que afetam diretamente o colaborador e os resultados financeiros. “As empresas precisam ter boas soluções para suportar estas duas atividades para economizarem em tempo e recursos, além de ganharem em qualidade e resultados”. Outros processos que evoluem tecnologicamente são os sistemas de gestão humana, os quais Sérgio Falsarella, diretor executivo da Ser Gestão de Capital Humano, explica que “tratam-se de ferramentas que, quando bem ajustadas, auxiliam nos processos de conhecimento e identificação das competências”.

“A tecnologia é uma realidade e uma tendência. Tudo deve estar aliado a ela, não há como viver sem, porque o tempo que se ganha é surpreendente e o resultado do serviço é de excelente qualidade”, enfatiza Gláucia Teixeira, diretora de RH da EDS, que cita que os sistemas de RH estão presentes na empresa em atividades como, recrutamento e seleção, possibilitando a tiragem de informações curriculares por meio do site da empresa; formalização de toda vida do colaborador, com softwares que armazenam informações desde a admissão até o desligamento, entre outras atividades.

O RH que mais utiliza a tecnologia é aquele que entende e que está alinhado e comprometido com o negócio da empresa. Tanto grandes corporações quanto pequenas verificaram a necessidade deste acompanhamento tecnológico. “O fator dinheiro só é um problema quando a cultura da empresa não está voltada para isso. A partir do momento que a corporação percebe que a tecnologia é algo bom para seu desenvolvimento, o capital investido será pensado como um retorno positivo”, esclarece Reis, diretor de mercado da LG.

Fazer a prova financeira de projeto implementado por meio de um estudo ROI (Retorno sobre o Investimento) é fundamental em qualquer porte de empresa para administração dos recursos financeiros. Uma das áreas da empresa que é essencial para os negócios é a Tecnologia da Informação (TI), a qual, nos últimos tempos passou por evoluções, funcionando como um parceiro das implementações de projetos para o RH.

Esta área também deve ser cada vez mais estratégica e comprometida, não desenvolvendo recursos, mas sim gerenciando-os. Sérgio Falsarella identifica dois tipos de gestão de TI. Primeiro, as organizações que tornam o TI em um departamento de negócios, cobrando resultados. E segundo, as empresas que ainda não se deram conta das mudanças nesta área e querem um TI que desenvolva sistemas internos. “Acredito que em pouco tempo só existirá o TI estratégico, porque é muito difícil a área ter administrar e ainda desenvolver ferramentas internas de RH. Estudos comprovam que a terceirização da tecnologia tem um custo bem menor do que o desenvolvimento interno”, garante.

Uma vez que a solução esteja parametrizada, ou seja, configuradas com as políticas de RH definidas, consegue-se identificar todos os pontos de melhorias individuais e coletivas dos colaboradores e reagir imediatamente à situação, se antecipar a cenários e ajudar os gestores na gestão das pessoas.

Com todos este benefícios e com estas evoluções tecnológicas e gestuais, fornecedores de sistemas para RH vêm mostrar aos clientes que existem no mercado diversas possibilidades de melhorias. “O papel dos fornecedores não é fazer sistemas, mas criar soluções que sejam efetivamente utilizadas e a sua responsabilidade não se resume em vender e instalar, mas sim, em fazer o usuário usar”, conceitua Asnis, que completa “quem faz sistemas também tem de entender de pessoas, até pelo simples motivo que o sistema é feito para ser usado por pessoas”.

A empresa que não utiliza a tecnologia a seu favor precisa aprender que esta nova forma de trabalho otimiza e torna mais inteligente sua gestão. Porém, Gláucia Teixeira, enfatiza que, a empresa pode ter a mais moderna tecnologia, se ela não vir acompanhada de pessoas inteligentes e capazes, de nada adianta. “Havia um tempo em que se diziam que o RH iria acabar, mas ressalto, o RH jamais acabará, porque quanto maior for a informatização, maior será a demanda por pessoas”.

Para mais informações sobre esta reportagem, envie um e-mail para materia@rhcentral.com.br.

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